terça-feira, 6 de março de 2012

Rio+20 gera incertezas

Fonte: NN - Rodrigo Leitão. 
 
MARCHA LENTA  A preparação para os debates da conferência sobre o meio ambiente Rio+20 não aponta soluções ou novos caminhos, criticou o presidente do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos. Na avaliação dele, ainda faltam traçar metas no documento que servirá de base para os debates marcados para junho, no Rio de Janeiro. Mattos disse considerar que o chamado Rascunho Zero, como foi denominado o documento com as proposições, não direciona para ações concretas que precisam ser tomadas nos próximos anos para minimizar os impactos do desenvolvimento sobre o meio ambiente. 
 
SOCIEDADE  A Coordenadora de Campanha de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves, acredita que podem ocorrer avanços positivos. Mas, prefere enxergar os avanços na articulação e mobilização da sociedade civil, uma vez que o documento inicial da Conferência ainda não apresenta avanços em relação aos 20 anos passados desde a ECO 92. “Governos precisam entender suas posições na discussão ambiental global, e agirem verdadeiramente na direção a um futuro verde”, disse.

ESBOÇO  Um esboço do que pode vir à tona na Rio+20, foi realizado em Porto Alegre, em janeiro desse ano, o Fórum Social Mundial.  Para Leandra, o evento é importante pela oportunidade de abrir para o debate temas importantes para definir o futuro que queremos. “Foi possível perceber  que o FSM foi o início de uma discussão que deveria se concretizar na Rio+20”. A sociedade está preparada para o debate, mas ainda vê as decisões dos governos e corporações muito limitadas.

RISCOS  Questionada sobre a negligência das autoridades no campo da segurança, do meio-ambiente como ocorreu com o vazamento da Chevron na Bacia de Campos, Leandra foi enfática. “Não é segredo para ninguém, nem mesmo para as próprias companhias de petróleo, que a exploração de petróleo é um negócio de risco. Com o aumento da exploração de petróleo, as chances de ocorrerem vazamentos são ainda maiores. Não há segurança para esse tipo de atividade, e os planos de segurança ainda estão longe de estarem adequados”, concluiu a coordenadora.

DOCUMENTO  O documento “Rascunho Zero” (Zero Draft) é proveniente de uma iniciativa do Segundo Encontro Intersessional da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), e servirá como base de ideias para um Documento Final a ser elaborado na Rio+20. O rascunho também é denominado como “O Futuros que Queremos” e resume 6.000 páginas encaminhadas pelo 192 países membros da ONU, além de instituições oficiais e sociedade civil. O rascunho apresenta, além de ideias, sugestões e comentários de 643 propostas apresentadas pelos diferentes países. A ONU visa garantir um compromisso político renovado para o desenvolvimento sustentável.

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