Fonte: NN - Rodrigo Leitão.
MARCHA LENTA A preparação para os debates da conferência sobre o meio ambiente Rio+20 não aponta soluções ou novos caminhos, criticou o presidente do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos. Na avaliação dele, ainda faltam traçar metas no documento q
ue servirá de base para os debates marcados para junho, no Rio de Janeiro. Mattos disse considerar que o chamado Rascunho Zero, como foi denominado o documento com as proposições, não direciona para ações concretas que precisam ser tomadas nos próximos anos para minimizar os impactos do desenvolvimento sobre o meio ambiente.
SOCIEDADE A Coordenadora de Campanha de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves, acredita que podem ocorrer avanços positivos. Mas, prefere enxergar os avanços na articulação e mobilização da sociedade civil, uma vez que o documento inicial da Conferência ainda não apresenta avanços em relação aos 20 anos passados desde a ECO 92. “Governos precisam entender suas posições na discussão ambiental global, e agirem verdadeiramente na direção a um futuro verde”, disse.
ESBOÇO Um esboço do que pode vir à tona na Rio+20, foi realizado em Porto Alegre, em janeiro desse ano, o Fórum Social Mundial. Para Leandra, o evento é importante pela oportunidade de abrir para o debate temas importantes para definir o futuro que queremos. “Foi possível perceber que o FSM foi o início de uma discussão que deveria se concretizar na Rio+20”. A sociedade está preparada para o debate, mas ainda vê as decisões dos governos e corporações muito limitadas.
RISCOS Questionada sobre a negligência das autoridades no campo da segurança, do meio-ambiente como ocorreu com o vazamento da Chevron na Bacia de Campos, Leandra foi enfática. “Não é segredo para ninguém, nem mesmo para as próprias companhias de petróleo, que a exploração de petróleo é um negócio de risco. Com o aumento da exploração de petróleo, as chances de ocorrerem vazamentos são ainda maiores. Não há segurança para esse tipo de atividade, e os planos de segurança ainda estão longe de estarem adequados”, concluiu a coordenadora.
DOCUMENTO O documento “Rascunho Zero” (Zero Draft) é proveniente de uma iniciativa do Segundo Encontro Intersessional da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), e servirá como base de ideias para um Documento Final a ser elaborado na Rio+20. O rascunho também é denominado como “O Futuros que Queremos” e resume 6.000 páginas encaminhadas pelo 192 países membros da ONU, além de instituições oficiais e sociedade civil. O rascunho apresenta, além de ideias, sugestões e comentários de 643 propostas apresentadas pelos diferentes países. A ONU visa garantir um compromisso político renovado para o desenvolvimento sustentável.
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